Veja um trecho da fala do presidente: “Essa lei, espero que o Congresso discuta e aprove. Ela envolve todas as instâncias de poder no Brasil, pode ser que não resolva, mas, se o Congresso aprovar, pode ser que a gente comece a passar para sociedade a idéia de que não tem impunidade. Hoje, as pessoas vêem que o cara que rouba um pãozinho vai preso e quem rouba um milhão não vai preso. Essa consciência está muito forte nas pessoas. Não é a única saída, mas é mais um degrau na escalada de combate à safadeza com o dinheiro público no país”.
Segundo o Portal G1, “o projeto prevê o aumento da pena mínima para casos de corrupção ativa e passiva, peculato e concussão (quando o corrupto pede vantagens para cumprir sua função) de dois para quatro anos para todos os servidores públicos de todas as esferas de poder, federais, estaduais e municipais. No caso de altas autoridades com poder decisório e ocupantes de cargos eletivos, o projeto eleva a pena mínima para oito anos, o crime se torna hediondo, portanto inafiançável, e abre possibilidade para prisão temporária de até 60 dias.”
No dia em que Lula falou contra a corrupção, em que anunciou o projeto que a transforma em crime hediondo em que refletiu sobre o tema, afirmou: “A corrupção é difícil de descobrir; às vezes, o corrupto tem cara de anjo, é aquele que mais fala contra a corrupção, o que mais acusa, porque ele acha que não vai ser pego. Às vezes a arapuca pega o passarinho”.
Exceção feita à metáfora do passarinho, que saiu torta (afinal, o que faria sentido é ele dizer que, às vezes, a arapuca pega quem a armou, já que o passarinho, coitado!, como regra, é pego injustamente), concordo com Lula.
Às vezes, o corrupto finge mesmo ser um anjo.
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