* O SENDEIRO – O FEL DA SERPENTE.

A taça tombara rendida pela lei da gravidade das corrupções. O FEL ao inundar o negrito do granito da mesa que fora o sustentáculo físico e testemunhal das negras transações, formava afluentes que deságuam incontinentes à boca tombada da serpente que sorve seu próprio veneno. Seis dinamites antiofídicas implodiram seu ninho arquitetado pela pedra fria da corrupção dos calcanhares do povo ipuense. O chacal do dinheiro público respira asmático sem o oxigênio das liminares. Seu egocentrismo oprimido por seus próprios atos insanos agora o estrangula. Esta só. Sua solidão tem a espessura de uma noite escura. Nem dor de consciência tem para se queixar lhes fazendo companhia. Lá fora a cidade dorme o primeiro sono de liberdade. Sua alma, um zumbi insone, perambula pelos meandros de sua mente doentia. Na boca, o mesmo travo amargo do FEL que servira ao funcionalismo público lhes era absorventemente servido e degustado por seu espírito opresso pela justiça. Seus sonhos ruíram debruçados sobre as ruínas de sua ambição. Sorrateiro outro filete de FEL da taça tombada com o mesmo princípio ativo da fome das crianças sem merendas das escolas públicas, da mesma vergonha dos banheiros fantasmas, do mesmo vento do relento dos que esganara com o desvio dos recursos das casas populares, lhes atinge umedecendo o abdômen protuberante pelos excessos de álcool __ ao escorrer alcança o falo, agora solitário, sem um útero para agasalhar-se, já que o encanto e o calor da luxuria do poder esvaecera pela frieza hipotérmica das leis, que congelara o coração frio e interesseiro da Messalina. Lá fora, dentro do coração do povo, a liberdade enche os pulmões de um ar solfejado por uma atmosfera de justiça que se reflete em seus olhos cheios de SOL.