sábado, 2 de outubro de 2010
* A ingratidão deforma os ingratos
Por Wanderley Pereira
Acompanho Tasso Jereissati desde 1986 na sua campanha e eleição para governador do Ceará. Como eu, outros que lidaram com ele como Cid e Ciro Gomes, por exemplo, sabem da sua lealdade aos amigos, não para protegê-los ou acobertá-los em atos indignos, mas para reconhecer-lhes os valores e apoiá-los em momentos e situações justas.
Beni Veras, Ciro Gomes, Sérgio e Assis Machado, Ignácio Campelo, Rocha Magalhães, Lauro Fiúza, entre outros, formavam o grupo de consultas mais próximo de Tasso – ele sempre gostou de ouvir – antes de tomar uma decisão mais grave. Ouvia também assessores mais técnicos. Cid não participava porque era assessor do irmão que Tasso escolheu para líder do seu governo na Assembleia. Depois, com Ciro no Cambeba, foi que ele veio compor o quadro de coordenadores parlamentares na Segov.
Acompanhei as reuniões para escolha de Ciro, então líder do governo, como candidato a prefeito de Fortaleza. Fui chamado pelo Tasso para convocar a coletiva em que ele anunciou Ciro candidato à sua sucessão. Por lealdade, o candidato “in pectori” de Tasso era seu amigo de infância e secretário Sérgio Marchado. Mas era clara – e as pesquisas confirmavam isso – a preferência por Ciro Gomes. Tasso então optou por este, contrariando o amigo. Mas antes fez de tudo para convencer Sérgio, inclusive na presença de Ciro, de que a escolha nada tinha de pessoal, mas em função do Projeto Ceará.
Ciro foi eleito e assumiu sem que Tasso lhe cobrasse cargos nem interferisse no governo. Uma vez, ele procurou Ciro em sua casa – a única vez – para se inteirar de uma suposta crise. Ciro negou e ouviu dele: “Sou seu amigo, por isso é que vim procurá-lo. Pode contar comigo”. Tenho este diálogo gravado numa entrevista não publicada com Ciro falando sobre a isenção de Tasso no seu governo. Adiante, Tasso participa da escolha de Ciro para ministro da Fazenda no governo Itamar Franco. Quase rompe com o PSDB para apoiar Ciro candidato a presidente da República.
Estou falando isto a algumas horas das eleições, porque me dói vendo Ciro e Cid juntos como dois tigres para impedir a reeleição de Tasso para o Senado. Lembrei-me da história de Brutus contra César. Que tenham novas opções e defendam seus espaços políticos é um direito deles. Mas se juntarem a velhos carrascos do PT para dizer no horário eleitoral que “o Ceará só tem a ganhar” com a eleição dos dois adversários de Tasso, isso só conheço por dois nomes – deslealdade e ingratidão – diante da história política recente do Ceará. Quem mudou não foi o Tasso, continua o mesmo, no mesmo partido, com o mesmo discurso e o mesmo trabalho. Ciro e Cid é que não são eles mais. Quem os viu antes não os reconhece hoje.
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2 comentários:
pois eu acho que bem feito para o Tasso, acho que ele merece ainda mais, pois ele devia ter sido leal ao PSDB que é o partido que ele tanto defende, quando o Lucio Alcantara se candidatou a reeleição, ele deu as costas ao candidato do PSDB, e deu apoio esse CID que hoje está chutando ele. MERECIDAMENTE!! os ipuenses perderam a confiança nele desde que deu uma rasteira no nosso candidato a governador na eleição passada.
o ex senador tasso, provou do seu veneno, destilado a paes de andrade, quando a mando de fernando henrique cardoso, interferio diretamente na eleição de paes ao senado , lançando como segundo nome seu primo luis pontes que passou pelo senado e nunca apresentou serviço algum ao estado, tudo por conta que paes trabalhou contra a reeleição de fhc
agora tasso se faz de coitado, ele deve refletir e fazer um novo caminho, pois ninguem merece durante 3 decadas ficar ouvindo o gingle, " o galeguim dos ois azul.........." e o discurso das mudanças. o ceara mudou e tem que avançar, e não ficar sob o crivo de um coronel dos tempos modernos, querendo inpor regras e que todos tem que seguir suas ordem, dr. tasso o tempo da mudança chegou, dessa vez para o seu futuro politico, ainda a tempo, recolha o que sobrou e recomece na humildade e na humanização.
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