* O SENDEIRO – UM TURISTA MACAQUITO NA FRIA ARGENTINA.

O vento assanha meus cabelos ralos, e ficam mais desalinhados que as finanças da Prefeitura. O frio da Patagônia acaricia minhas bochechas inchadas pelo excessivo consumo do legitimo e caro vinho Hout Brion, também inchados de cédulas de dinheiro público estão meus bolsos! E brindo intimamente com todos os ipuenses que em mim votaram e deram-me esta oportunidade singular de degustar, encharcar-me, fartar-me com a bebida dos Deuses, afinal sou mesmo um semideus, pois faço e acontece! POR QUÉ NO? MACAQUITOS! E com leveza e graça deslizo no ESQUI rompendo a neve, sentindo o vento gelado que congela ainda mais minha indiferente consciência com os problemas do calorento Ipu. Minhas mãos GATUNAS estão protegidas pela lã das LHAMAS dos Alpes Andinos, afinal são essenciais para autorizarem os desmandos de cada dia. Envolvendo-me o pescoço tremula freneticamente o cachecol enfeitado com letras garrafais verdes a inscrição: MADE IN IPU, UM NOVO TEMPO, presente da hermanita Carmita. E vivendo um novo tempo em minha vida e a certeza que jamais entrarei numa FRIA, minha alma motiva a boca a cantar o bolero “LA COMPACITA” emanando pela neve as notas musicais que me fazem lembrar as notas FRIAS da CONSTRUCON, afinal, sou um semideus, faço e acontece! POR QUÉ NO? MACAQUITOS! Agendarei um encontro na Casa Rosada com a presidente CRISTINA KIRCHNER para vender-lhes uns boxes do Shopping Center Hall Chico Mourão para que o governo daquele país implante um consulado da Argentina no Ipu, a tal chamada República dos Macacos ou dos LOS MACAQUITOS como eles chamam nós brasileiros. No amplo e aristocrático salão oval do Palácio, no calor da lareira e com permissão de seu marido Néstor Kirchner convidarei Cristina para bailar o tango BÉSAME MUCHO encorajado pelos efeitos do tinto CHEVAL BLANC, e se minha avantajada barriga não atrapalhar, aproximarei meus lábios sedutores em seu ouvido e a convidarei para um passeio de barco no açude macaco onde ébrio e romanticamente interpretarei e cantarei o bolero LA BARCA e ela certamente encantada dirá: QUISAS, QUISAS, QUISAS!!! Seu marido de olhos virolhos infelizmente a acompanhará, mas ficará no alpendre da casa cantando a jacutinga. POR QUÉ NO? MACAQUITOS! Ainda na Argentina no bairro boêmio do BOCA JUNIOR convidarei o TEVEZ E O VERON para pegarmos umas MUTHATHAS portenhas, uma MUJERES para fazermos uns gols vaginais e não passar em branco como o MESSI que não marcou sequer um gol na copa. No bar CAMINHITO degustarei com o MARADONA um ROSE CHEVAL BORDON 12 ANOS enquanto ele passa-me umas dicas como enganara a RECEITA FEDERAL ITALIANA POR DESVIO DE DIVISAS quando lá jogara para o enriquecimento de meu bolso e currículo, claro! Será um diálogo CELESTIAL, ele um Deus para os argentinos, EU um semideus concebido no Ipu. POR QUÉ NO? MACAQUITOS! No outro dia levarei para jogar no cassino VOIAL meu PAPÁ Pedro Josino, viciados como somos em baralhos gastaremos a vontade as verbas da reforma da estação! Já ouço no salão de jogos o som característico da roleta girando e a voz do CROUPIER:__Cartas ao pano! A banca ficou para a casa! Deu vermelho vinte e sete!

Certamente perdemos, mas que importa! O dinheiro não é nosso mesmo, é do povo daquela longínqua e ABANDONADA cidadezinha cravada no sopé de uma serra que o povo elegeu-me prefeito. Estendendo ainda mais as diárias pagas pelo erário público visitarei na prisão o general JORGE VIDELA para fornecer-me uns métodos de torturas que pôs em prática na época da ditadura militar argentina, pois só especializei-me em mandar atirar nos pés raquíticos de uns pobres lá no São João na última campanha, só espero que estas instruções quando a colocá-la em prática não seja descoberta e não abale ainda mais minha frágil e abalada popularidade e não me faça perder a eleição, pois não espero ser DERROTADO E HUMILHADO COMO OS ARGENTINOS QUANDO PERDERAM A GUERRA DAS MALVINAS.

Por qué no, hermanos macaquitos?