* O SENDEIRO - A DECADÊNCIA DO REINADO DO “REI MIDAS DO IPU”.

O reinado do rei Midas por fim amiudasse. Calçamentos transformaram-se em pepitas de OURO. Poeiras das pinturas mal disfarçadas em Ginásio Coberto, Estação Ferroviária, colégios municipais, metamorficamente transmudaram em OURO em pó. A fome das crianças das escolas municipais sem merendas renderam colheitas de grãos em safras armazenadas em silos de tamanho e cifras incalculáveis para saciar o apetite insaciável de seus súditos pelo resto de suas vidas. Os coliformes fecais dos banheiros fantasmas se transmutaram em barras de OURO que após o processo de liquefação se moldam em automóveis da Mund Fiat, chácaras e fazendas em Mato Grosso. E, para os incautos subservientes garimpeiros (povo), sobraram as migalhas das bijuterias que transbordam dos contêineres da mina.

Nos labirintos desta SERRA PELADA que se transformou o Ipu; Dignidade, consciência política, caráter, aqui não reluz. Por certo são sentimentos opacos, de mentes dementes, fabulas infantil, contos das mil e uma noites. - Resquícios virtuosos de um tempo perdido no tempo. Perolas humana e raras neste reverso de um mundo onde tudo parece estar ao avesso, onde a natalidade dos ventres só PARI “PÁRIAS” para a política.

Os intelectualóides bradam: _ “O povo não sabe votar”. Melhor digo eu: _O povo não tem OPÇÃO!... Mesmo assim, quando na febre do OURO da campanha política se encandeiam fascinados pelos falsos brilhos dos diamantes dos oportunistas e inescrupulosos OURIVES, mesmo sabendo que nem tudo que reluz é OURO. Ardem as palmas de suas mãos nos espetáculos circenses mesmo conscientes dos roubos e dos descaminhos.

Como é difícil ser um “objeto não identificado” tal como este arremedo de escritor que lhes escreve textos desabafados, testemunhando impotente a alquimia dos facínoras dos cofres Públicos Municipais e Federais. Minha alma se embate em atestar tamanha impunidade. Longe de ser santo e por ser contumaz pecador, assim mesmo lanço o olhar para o infinito a perguntar aos Deuses do Olímpio quantos sois ainda nascerão para romper os elos que ligam a corrupção à política. E sendo inveterado otimista por teimosia congênita, vejo, hoje, os nasceres dos dias em que a Justiça travestida de BACO (Dionísio) a bondosa divindade, executando o transborde das águas correntes e límpidas da retidão, desfazendo o dom de MIDAS tal narra a mitologia grega, anulando-lhe o poder que o povo enganado lhe outorgou.

Meu corpo ainda é jovem, meu espírito mais ainda. Velho é este meu inconformismo em ver o roubo sobrepujando a honestidade, o egoísmo ativo e o coletivo passivo e conformado do povo. Já é tempo de fazermos uso do “mercúrio” da alma e separar o CASCALHO da GEMA RARA E O RUBI, que seriam a representatividade da ética e da decência. E quem dera jamais nos ofuscarmos pelo luzir do brilho falso e sem fulgor dos que já estão a lapidar outro REI MIDAS.