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sábado, 4 de setembro de 2010

* O SENDEIRO – O TRISTE FIM DOS MUROS IMPERIAIS

Eram praticamente idênticos. Lembravam dois TOTENS compridos e deitados paralelamente um ao outro. Foram construídos pelos escassos recursos que a coroa portuguesa aqui deixava e se dispunha a aplicar no Brasil. Já se miravam quando da transição das duas formas de governo, do ocaso melancólico do Império ao apogeu da República. Próximo a eles o amor fazia seus encontros pela conivência e o silêncio confiável de duas testemunhas quietas, mudas e indiferentes a passionalidade das mãos atrevidas dos amantes quebrando as juras de fidelidade proferidas nos pés do altar. Seus paredões abafavam os gemidos dos orgasmos noturnos na sua ACÚSTICA PÉTREA, e aquietava o medo de serem descobertos no meio da noite alta de LUA TÍMIDA quando o Ipu dormia. Navegaram para longe levadas pelas águas do ipuçaba as juras mentirosas e as promessas de casar feitas antes do amor consumado, proferidas no afã de bocas a beijarem, no delírio profano dos corpos atrelados um ao outro no meio da noite alta de LUA MANSA onde a escuridão era cúmplice destes encontros arrebatadores e livres como o vento que açoitava os imensos canaviais, tal ABANOS a atiçar o fogo das paixões que esqueciam os limites e as regras sociais da época e da SÍFILES, herança do sangue lusitano. Era um caminho contraditório entre o prazer e a dor, ali os sentimentos faziam caminhos inversos, pois ao mesmo tempo em que encorajava e alcovitava os encontros fortuitos que tinham como consequência meses depois o choro feliz de um rebento celebrando a VIDA, também ali a MORTE se fazia presente expressada nas lágrimas que aguavam a terra de chão batido e respingavam nas pedras indiferentes dos muros de pedras pelos parentes que conduziam sofridos um corpo em direção ao tumulo. Era contraditoriamente o nascedouro de vidas e a passarela da morte. Quando criança nas fugas sorrateiras e traquinas, aproveitando as distrações de minha mãe entregava meu corpo ao MERGULHO materno das águas do Ipuçaba, solto que nem pássaro livre e vadio, bandoleiro das matas e campos do Ipu. Depois dos inúmeros BATISMOS d’água voltava prá casa equilibrando-me no velho muro. Peito nu, cabelos em desalinho, braços abertos respirando a alforria longe dos olhos e dos cuidados dos adultos, na liberdade despreocupada de menino de INTERIOR. Espalhei meus verdes anos por entre o verde daqueles canaviais tais cortinas inquietas de um PALCO que imaginei ser ETERNO, e que hoje tragicamente sai de cena. Apagaram as ultimam luzes da ribalta de um teatro de comédias e dramas histórico da vida cotidiana do pobre Ipu. Foi se a monarquia, foi se a infância, foram-se os amores de lua tímida e mansa, veio o ADULTÉRIO DAS URNAS QUE CONCEBERAM UM INFECTO FETO QUE DESTRUIU TUDO.

Um comentário:

Anônimo disse...

ah sendeiro fala sério!!! com tanto roubo pra se preocupar vc vem esquentar com aquele muro que só servia pra se esconder ladrão e tarado, já deviam ter derrubado ele ha muito tempo, vc devia ter dado mais ênfase ao desvio do Ipuçaba isso sim foi um assassinato mais aquele muro de pedras que só servia pra apertar o beco, aahh!! já foi tarde.

 

A transparência

"O dinheiro dos impostos, está indo literalmente pelo ralo, em nossa cidade, o laudo do TCM de engenharia, está pronto e acessivel á todos, é uma "pouca vergonha", as vistorias constataram inúmeras irregularidades, de todos os graus, um verdadeiro desrespeito com os cidadãos. Quem verificar o laudo perseberá claramente os ralos por onde escorrem vultosas quantias, que certamente fazem muita falta as pessoas que necessitam dos serviços públicos. Que mais e mais ipuenses tomem conhecimento, é só acessar o site do TCM e verificar em desmonte- relatório e laudo de engenharia. Boa leitura, e tirem suas próprias conclusões!"
(Samuel baker mororo Aragão - AFAI)



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A CULTURA POLÍTICA - O BODE