* O SENDEIRO – O FOTÓGRAFO “OFICIAL”.

A noite chegava. A tarde se despedia. A madrugada acenava. O vento frio acordava os sapos na lagoa e despertavam os interesses políticos do fotógrafo. Fugazes relâmpagos no alto da serra lembravam os flashes de inúmeras máquinas fotográficas, luzindo seus neurônios, fazendo erguer seu corpo pesado e grande tal como as suas ambições políticas familiares. Andarilho errante de Avenidas e Praças. Penitente insone de CARMA ANDANTE por quilômetros infindos de tiranos longos quatro anos. No silêncio soturno da madrugada seu imenso vulto irradiando luzes lembrava o farol do Mucuripe refletindo a limpeza das ruas e a pavimentação que naquela época havia. Porém, incomodava-o, desinquietava-o, batia de encontro as suas aspirações. Nunca fora delinquente, e o quanto lhe custava infligir os conceitos que recebera do lar, porém é hora de quebrar paradigmas, na guerra, assim como na política interiorana só existem vencedores e vencidos. Cargos de confiança, dinheiro público e fácil, os cabides de emprego, se entulhavam tal LIXO no contêiner de sua cabeça sem conseguir fazer a RECICLAGEM ÉTICA de seus pensamentos. Tudo nesta campanha e nesta solidão é valido. Agir é preciso! De repente é acometido por um flashe de um ato sucinto e violento. Lixos e contêineres são lançados ao chão. O mesmo chão tão decantado em seus versos tortos, de rimas destoantes e sem métrica. Estranha maneira de amar sua terra! Seu bairrismo fora ofuscado pelo clarão (flashes) de seus interesses pessoais, logo mais as fotos estampariam no site da Associação Política AFAI. Ao amanhecer a opinião pública perceberá seu inconsequente e oculto ato. Hoje, no entanto, descansa suas sonâmbulas retinas da contemplação noturna e mal cheirosa dos lixos e tambores. Sávio Pontes queimara o flash de sua câmara fotográfica e sua “autocrítica”, com as homenagens em preto e branco do Centro Administrativo ao patriarca da família. O recurso do ZOOM de sua máquina não aproxima as cores mortas de uma cidade que mais parece um aterro sanitário, e muito menos as remete à partidária AFAI. O resultado das urnas prescreveu-lhe relaxante sonífero e fora a remissão e a indulgência que colocaram fim as suas noites penitentes. Ruas e praças já não vislumbram seu vulto no silêncio das militantes e INSALUBRES madrugadas. Seu candidato exorcizara o desemprego da prole, e agora em boa sintonia, sua mediunidade só enxerga os empregos fantasmas de seu clã. Certa feita quando findara seu fedegoso itinerário de AMORTALHADO político, com a artificialidade de seu PATRIOTISMO e de sua câmara, sem a luz natural e verdadeira das velas arrastando ainda as correntes do CRUCIFIXO pesado da oposição, nas suas fétidas noites de fotogenia, quando o nascente já quebrava a barra da aurora, avistara imenso SAPO com na beira da lagoa que coaxando lhes falara: “BLU. BLU. FOI! NÃO FOI! (...) TODO HOMEM TEM SEU PREÇO! BLU. BLU. FOI! NÃO FOI! (...) TODO HOMEM TEM SEU PREÇO! TODO HOMEM TEM SEU PREÇO...